segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

The last airbender

Este será curtíssimo devido ao maravilhoso recomeço (sarcasm mode on) na minha faculdade X:

"Fraco,atuações muito ruins e pela primeira vez não se pode perceber a personalidade de Shyalaman.Acho q o indiano finalmente chegou ao fundo do poço.Espero que se recupere!!!"
Pronto!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

KILL BILL vol1

Quentin Tarantino é um dos maiores diretores da atualidade.Há quem odeie a sua irreverência,mas não tem como negar a sua genialidade.Com certeza é o diretor americano que melhor combina cultura pop com insanidade,referências ao Cult como referência ao trash.Muitos consideram Pulp Fiction e Bastardos Inglórios seus melhores filmes(eu acho que Bastardos é top-5 fácil na década 2000-2010).Mas o que eu considero o mais divertido de QT é Kill Bill,os dois volumes,sendo que o 1 é ainda mais divertido.
Bastardos Inglórios foi sucesso de crítica e público porque brinca com um tema  teoricamente não brincável,a Segunda Guerra Mundial,mas também há homenagens ao antigo cinema,há a metalinguagem,muitos personagens tem nomes de diretores  do passado.Já Kill Bill é também um mar de referências,só que de referências pop.Em Kill Bill não há um discurso,a brincadeira é bem menos pretensiosa porque não utiliza um tema sério para chocar.Kill Bill é pura forma  e é vazio.Sim,o filme é vazio.
E porque KB é tão bom e tão melhor que zilhões de filmes de ação lançados pelo cinemão,sendo que é tão vazio quanto??Bom,porque a forma é muito,mas MUITO melhor.Tarantino usa essas referências pop para criar formas; novas cenas de ação de tirar o fôlego e/ou engraçadíssimas.A começar pela abertura do volume 1,bem violenta.
A noiva(Uma Thurman) busca sua vingança,busca liquidar aqueles que lhe causaram mal,a trupe de Bill(David Carradine) e por fim o próprio Bill; mas o que importa não é o senso de equilíbrio,de balança,que a temática da vingança traz.O que importa é vê-la destroçando um a um,porque como já foi dito,as cenas são as mais insanas,as batalhas muito empolgantes,um prato cheio para quem gosta de filmes de artes marciais e filmes de Samurais.O que dizer da luta entre a Noiva e sádica Gogo Yubari(Chiaki Kuriyama)?
O Volume 1 começa a chegar ao ápice na sequência em que  A Noiva luta contra os The Crazy 88 , guarda pessoal de O-Ren Ishii(Lucy Liu).Ali a katana Hattori-Hanzo parece insaciável em sua sede de sangue,capturando almas e corpos.Finalmente  o filme chega ao clímax propriamente com a luta contra O-Ren Ishii.O personagem O-Ren Ishii é muito interessante,Lucy Liu consegue nesse papel a sua melhor interpretação,e Tarantino traz um pouco do passado de O-Ren  em uma sequência de anime inserida no filme.
A luta entre A Noiva e O-Ren é algo genial,mistura a seriedade dos duelos dos samurais com a versão Don´t  let me be misunderstood do Santa Esmeralda de trilha sonora.E também tem uma pitada de humor –Essa é realmente uma katana Hattori Hanzo! – Finalizando com mais uma referência ao que Tarantino assistia,a música de Lady Snowblood , The Flower of Carnage. O volume 2 não é tão impactante,Tarantino tem que fechar a sua história,dá um pouco mais de conteúdo,mas a saga continua sendo mais forma.Apesar de tudo o Volume 2 é muito bom também.
Pra quem gosta de discussão séria sobre violência e vingança,ou seja quem esperava conteúdo vai se decepcionar.Mas quem gosta de filmes de ação por pura diversão,Kill Bill volume 1(e um pouco menos o volume 2) é brilhante.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cisne Negro

O lago dos Cisnes é um balé dramático composto em  4 atos pelo compositor russo Tchaikovsky,pertencente  a  era  Romântica.E é este balé dramático,que Darren Aronofsky,se baseia para contar sua história.Essa história na verdade serve de pano de fundo para ele fazer um estudo psicológico de sua personagem principal Nina(Natalie Portman) e ir além,tratando de relações familiares,repressão,sexo e porque não discutir os limites da Arte e do artista.Nina é bailarina em ascensão  da Companhia de Balé de Nova York,e tem a chance de sua vida quando Thomas Leroy(Vincent  Cassel) decide fazer uma nova versão de O lago dos Cisnes,dispensando a antiga primeira bailarina(Wynona Ryder) e abrindo a vaga de Rainha dos Cisnes em aberto.
Entretanto a Rainha dos Cisnes  tem dois papéis: o cisne branco,a injustiçada princesa Odette transformada  em Cisne pelo malévolo mago Rothbart,princesa em cisne branco,etéreo,virginal,perfeito; e o Cisne Negro,a malvada feiticeira Odile transformada em irmã gêmea de Odette para trai-la,seduzir o seu  amado príncipe Siegfried.O amor verdadeiro seria a única forma de livrar a princesa da maldição de cisne.Thomas  sabe que Nina é perfeita para o papel,pois a mesma é frágil,etérea,virginal como o Cisne Branco!A dúvida será se ela conseguirá interpretar o Cisne Negro sensual e devasso,papel que a primeira vista parece perfeito para a bailarina Lily(Mila Kunis).
Ora,essa é uma grande sacada de Aronofsky,Nina é o próprio Cisne Branco!Resignada dedica toda sua vida ao balé e aqui o diretor não idealiza o balé,todas as bailarinas são dedicadas.Sua  câmera passeia pelas bailarinas e revela os detalhes,os treinamentos exaustivos,a competitividade intensa...porém Nina é a mais dedicada.A câmera mostra seus pés destruídos,suas feridas,e  mostra o mais importante,a vida de Nina,seu mundo interno.Seu quarto cor de rosa,seus bichinhos de pelúcia,sua mãe...Nina é castrada psicologicamente,sua mãe tudo controla,Nina se infantilizou,deu tudo de si,desenvolveu perfeita técnica,para ser uma bailarina perfeita,graciosa,etérea e...reprimida!E nesse ponto o diretor traz a discussão sobre os limites da arte,do  artista.O quanto deve ser feito para conseguir o que se quer,para conseguir a Arte em Excelencia,a Perfeição?
Nina,num primeiro momento,com toda sua abnegação,não poderá fazer bem seu papel de Cisne Negro.Ela sacrificou tudo em troca da técnica perfeita,mas é considerada frígida por suas colegas(muitos enxergam uma referência a Repulsa ao sexo de Roman Polanski).E isso é totalmente oposto ao que deve ser o Cisne Negro,pois este deve conter sensualidade,sedução.Nina fará de tudo para conseguir interpretar o Cisne Negro e o filme vai mostrando a desintegração psicológica,os delírios,a desintegração da realidade,a loucura da sua vontade de ser o Black Swan.
E tudo isso regado a Tchaikovsky,com a câmera dançante de Darren Aronofsky,a fotografia precisa  e sombria,tudo isso se funde e transforma Cisne Negro em um próprio balé.É claro, a estrela principal do filme não é Nina é Natalie Portman .Que belo trabalho fez a atriz,um trabalho intenso,corajoso;em um primeiro momento  a fragilidade de Nina se encaixa perfeitamente com a fragilidade de Natalie,mas depois a atriz surpreende indo além,mostrando garra,mostrando força,indo além de seu gracioso recato de sempre.
E depois do apoteótico ato final do filme,as dúvidas surgem,voltam as reflexões.A trajetória de Nina seguiu todo esse rumo porque?Porque no fundo ela queria libertação?Libertação de sua frigidez,de sua “caretice”?Desejo de vida??Desejo de libertação  da sua mãe castradora???Porque assim seu inconsciente queria????Ou porque o seu amor pela arte,pelo sucesso,pelo balé estava acima de qualquer coisa?Acima da vida “normal”,acima de amigos,de suas colegas bailarinas?Acima de sua mãe castradora,acima até mesmo do seu  medo de sexo??Acima até mesmo de sua própria vida???Seu inconsciente era na verdade amor puro pela arte???A frase final de Nina  - Eu fui perfeita!- carrega todas essas dúvidas.
Porém,fica uma certeza :Darren Aronofsky dos ótimos Requiem para um sonho e O Lutador,realizou  uma obra-prima!!